quinta-feira, julho 27, 2006

35- CADÊ MEU FUSCA ?!?!

Meu fusquinha verde - “o abacatomóvel” – era um excelente carro, me deu muitas alegrias e foi utilíssimo, especialmente quando as finanças eram muito apertadas e as crianças, muito pequenas. Mas, depois de sete anos com ele, as crianças já maiorzinhas, e a grana não tão curta, o velho fusca, com mais de 15 anos de existência, já não era o suficiente. Com esforço, comprei um Gol pelo consórcio. E por alguns dias fiquei com dois carros, mas pretendia vender o fusca logo.
Minha cunhada veio de S. Paulo com a família nos fazer uma visita de fim-de-semana. Como só cabiam dois carros, à noite deixei o deles e o Gol na garagem e estacionei o fusca em frente ao portão, trancado, marcha engatada, pára-choque junto ao poste de luz da rua.
Na manhã seguinte, domingo, acordo pouco mais tarde e encontro meu cunhado lendo o jornal da manhã tranqüilamente no jardim da frente, enquanto fuma um cigarro. Chego até ele e conversamos sobre futebol, o tempo, e outras trivialidades. Aí perguntei se ele havia ido até a padaria de carro pra comprar pão quente pro café-da-manhã e ele disse que não. Então eu perguntei: “Ué, e cadê o fusca?” Ele fez uma cara de espanto e me disse: “Você não tirou ele daqui?”... Lentamente nos demos conta que o fusca tinha sumido da frente de casa, e que nem ele nem eu havíamos percebido isso até aquele momento.
Foi um alvoroço. Saí na rua para me certificar que ele não teria descido a ladeira sozinho (o que seria improvável, visto que o poste estava na frente dele). Pegamos o carro do meu cunhado e reviramos o pacato bairro onde morava e... nada!!! Só me restou gastar preciosas horas do domingo na delegacia, fazendo um B.O., e lamentar não ter feito seguro do carrinho (afinal eu ia vendê-lo logo! e quem iria querer um fusca velho?!). Nas semanas seguintes ainda tive esperança de que o encontrassem abandonado por aí, mas em vão. Nunca mais soube do meu “abacatomóvel”, que deve ter ido pra um desmanche e desaparecido.
Sorte que eu tinha o meu Gol zerinho pra compensar a perda, não é? Mas quer saber de uma coisa? Não compensou.

Um comentário:

Lou H. Mello disse...

Os fuscas fizeram parte de nossa geração. Todos temos histórias, como a sua, para contar envolvendo nossa experiência com eles. Algumas publicáveis e outras nem tanto (no meu caso). Mas, foi um relacionamento intenso. Sempre que estou para perder meu carro começo a pensar em arrumar um Fusca para quebrar o galho. Que injustiça né?