quarta-feira, março 28, 2007

68- METIDO A BESTA

Trabalhava há pouco na ACM de Sorocaba, e aproveitava momentos de folga para praticar algum esporte. Basquete era um deles e o grupo com quem jogava era bem heterogêneo, com jovens e adultos com diferentes graus de habilidade no jogo.

Não sou alto, pelo contrário, com 1,70 m, minha altura não me ajuda muito, nem a habilidade. Mas jogava com gosto, empenhado em vencer.

Uma noite, no meio de um jogo, fiquei muito bravo com um colega por uma jogada ríspida e violenta, que quase me machucou. No calor da partida, fui pra cima dele decidido a brigar mesmo, “sair no braço”. Sorte que a turma do “deixa disso” e o bom humor do amigo me pouparam de um fiasco. Explico a seguir.

Passado o momento e a “braveza”, no vestiário, fui me desculpar com o colega e agradecer por não ter aceitado a briga. É que, com mais de um palmo de altura a mais e vários anos a menos, ele teria me dado uma surra de cachorro grande, eu ia apanhar pra “caramba”. Mas valeu pelas risadas que demos depois, rememorando o fato ridículo.

terça-feira, março 20, 2007

67- GRUPO SERGIO

Consta que foi a primeira rede de pizzarias “rodízio” de São Paulo. Isto lá pelo anos 70, muito tempo atrás...

Pois é, Elaine e eu sempre fomos apaixonados por pizza, mas, recém-casados, não tínhamos “um tostão furado” sobrando. Vivíamos na “maior pindura”.

Esforçávamo-nos para economizar. Assim, quando “sobrava um dinheirinho”, planejávamos um passeio, um jantar em grande estilo.

Nosso “programão” típico era o seguinte:

Saíamos de casa a pé pela Av. Domingos de Moraes, um longo caminho até um enorme restaurante do Grupo Sergio, todo iluminado e cheio de mesas. Ali, comíamos, cada um, dúzia de pedaços de pizza dos mais variados sabores, de vez em quando acompanhados por uma bebida dividida entre os dois - porque era cobrado à parte.

Voltávamos, logicamente, a passos lentos, para ajudar a digestão daquela montanha de pizza e para economizar o dinheiro do ônibus. Conversávamos, mãos dadas sobre o que íamos vendo pelo caminho e sobre assuntos que nos vinham à mente no momento. Pura simplicidade; pura felicidade.

Deus nos brindou depois com uma vida bem menos apertada, e tivemos oportunidade de saborear pratos finos em restaurantes mais sofisticados. Talvez não tão apreciados quantos as pizzas do rodízio do “Grupo Sergio”.

terça-feira, março 13, 2007

66- GASOLINA... NO PULMÃO !!!

Estava na casa de uma grande amiga, amiga tão chegada que sentíamos como se fosse membro da família. Ela chamava a si própria de “nossa irmã idiotiva” (uma adoção de “brincadeirinha”). Quando me casei, fiz questão de tê-la como minha madrinha, com muito orgulho.

Estávamos em um pequeno grupo de amigos, e quando pensamos em sair, tivemos um problema: o carro estava sem gasolina! A saída foi pegar “emprestado” um pouco de combustível do carro do pai dela.

Para fazer isso foi preciso um tubo de plástico, que enfiamos pelo bocal do tanque de gasolina e um pequeno vasilhame. Faltava fazer a sucção inicial para o líquido fluir do tanque para o vasilhame. O jeito foi agachar, “botar a boca” no canudo e sugar forte até a gasolina passar pelo bocal. Depois, ela fluiria por si o quanto quiséssemos.

No entanto, quando aspirei, o líquido veio rápido e entrou em minha boca. Cuspi rapidamente, mas não antes que o gás do combustível entrasse pela garganta, me deixando engasgado e sufocado. Levantei-me num salto e tentei puxar ar para os pulmões, mas não consegui. Tentei respirar novamente, e nada! Um princípio de pânico começou a se apoderar de mim. Meus olhos devem ter transpirado o medo, pois minha amiga, que é enfermeira, aproximou-se... e me deu um murro nas costas com toda a força que podia !!! Exalei o gás e pude inspirar ar puro novamente. Que alívio!!!

Fiquei horas com um horrível gosto de gasolina na boca, que me embrulhou o estômago. E com uma dorzinha – bem-vinda – nas costas. Apanhei e ainda agradeci !!!

quinta-feira, março 01, 2007

65- BOLA NO PEITO

Gosto muito de tênis – o jogo. Quando jovem jogava sempre que conseguia uma quadra e um parceiro. Durante os primeiros anos, minha raquete era uma “Procópio” de madeira. Ruinzinha, mas dava pro gasto. Quando morei nos EUA tive a chance de comprar umas raquetes melhores e baratas. Assim, pude convidar meus primos (que não tinham raquete) pra jogar comigo. Um deles era tido e havido como “fortão”, fama recebida por muitas razões, uma das quais descrevo abaixo.

Um dia, fomos eu e dois primos para as quadras da Cidade Universitária, em São Paulo. chegando, procuramos alguém com quem pudéssemos jogar duplas. Encontramos um japonês, um tanto magro, que se dispôs a formar dupla conosco.

Começamos o jogo, e aos poucos foi ficando mais “aquecido” e disputado. Num dado momento, o japonês, apertado por um bola difícil, devolveu-a alta, na esquerda do primo “fortão”. O que ele não sabia era que meu primo, além de forte – o que nem desconfiava – era também habilidoso com a esquerda. Ao ver a bola vindo alta na sua esquerda, jogou a raquete da mão direita para a esquerda e acertou um forte “smash” no campo adversário. A bola saiu com tal força e velocidade que os oponentes não tiveram chance de reação. Acertou em cheio o peito do pobre japonês, que caiu, com um gemido, e sem ar, sentado no chão da quadra.

Nada de mal aconteceu ao rapaz, mas quando se recuperou, perguntamos se havia machucado, e ele mostrou um círculo muito vermelho bem no centro do peito, que com o tempo, certamente ficaria roxo. Match point!!!