quarta-feira, abril 05, 2006

9- FERA FERIDA

Moleque, gostava de passar férias na casa dos avós, em Santos. Lá, possuía um lugar exclusivo no quintal da casa, onde o tronco de uma goiabeira se curvava e eu podia sentar-me como se estivesse num banco, acima dos telhados, os pés balançando, o chão a 5, talvez 7 metros abaixo. De lá podia fazer muitas observações curiosas e interessantes, pelo menos para mim, um garoto de 8 anos de idade. Uma delas foi perceber que os gatos (havia muitos) da vizinhança gostavam de passar pela calçada do quintal aparentemente desapercebidos da minha presença. Com intenção de assustá-los para que não mais viessem ali, pois minha avó reclamava do cheiro de urina e fezes deles, preparei uma armadilha. Assim que um deles passou em direção ao fundo do quintal, desci silenciosamente da árvore e fui atrás dele com um cabo de vassoura. Ao ser surpreendido, o gato se apavorou e partiu correndo em direção ao muro, calculou mal o pulo e levou um tombo, caindo de volta no quintal a poucos passos de mim. Parei, surpreso, pois para mim a perseguição acabaria com o gato sumindo pelo muro do vizinho. Enquanto eu imaginava o que fazer (cutucar com o pau, dar uma paulada, cercar a saída... hummm...), o gato simplesmente pulou na minha direção, disposto a me enfrentar com unhas e garras; me encolhi e o bicho passou feito foguete, “voando” pelo quintal e desapareceu pelo muro do lado. “Uau!!! Esse gato não volta mais aqui... espero!!!” É melhor não encurralar ninguém, nem mesmo um bichano, ele vira fera!

Um comentário:

Lou H. Mello disse...

Pelo jeito, Deus teve bastante trabalho com você, ao longo de "todos" esses anos. Hi, hi.