terça-feira, agosto 14, 2007

81- UM RABINO EXCELENTE

Minha mãe é bibliotecária. A bem da verdade, diga-se, excelente bibliotecária. Nesta época trabalhava para a editora Nobel, em São Paulo.
Um dia um dos proprietários da editora, um judeu dinâmico e culto, porém não religioso, procurou-a para pedir a indicação de alguém que pudesse ler um livro, escrito por um famoso rabino americano, Harold Kushner, para opinar sobre a conveniência de ser publicado. Como sempre gostei de ler, e naquele tempo lia muito sobre teologia, ela indicou-me e trouxe pra mim um exemplar de “Quando Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas”.
Nunca havia ouvido ou lido nada do ou sobre o autor. Confesso que não gostei do título. A priori, não há pessoas “boas”. Mas encarei a tarefa e li atentamente o livro. Acabada a leitura, fiz um relatório aconselhando a publicação do texto, o que realmente foi feito.
O rabino conquista o leitor por todos os lados – racional, teológica e emocionalmente – seu texto vai aos poucos minando as resistências, por sua sinceridade, argumentação clara e uma espiritualidade profunda, vivencial, além de íntimo conhecimento do texto sagrado judaico.
Ganhei, como “pagamento” pelo “serviço”, meia dezena de exemplares, que fui aos poucos dando de presente para amigos que passavam por situações de perda. Comprei outros e mais outros. Ainda não encontrei texto mais adequado para ajudar aqueles a quem só posso oferecer um abraço, um ombro amigo, a solidariedade.
O livro foi bem sucedido e, felizmente, um segundo texto, igualmente bom, foi lançado: “Quando tudo não é o bastante”.
Fico feliz e até orgulhoso por ter de alguma forma ajudado a tornar acessível ao brasileiro os textos desse excelente autor, Harold Kushner.

6 comentários:

Anônimo disse...

Rubens
Além de praticar o mesmo hábito (presentear pessoas vítimas de perdas com o livro) criei uma comunidade para o Kushner no Orkut, não sei se você viu.

Anônimo disse...

Rubinho, parabéns pelo trabalho!

muito bom eu ter encontrado seu espaço.. por entre esta blogosfera imensa!

Anônimo disse...

Rubens, trago a tiracolo uma "etiqueta" há decadas. "Procure ser útil a partir das possibilidades, fazemos naturalmente sem esforço nenhum" Assim, me sinto feliz. Penso que ser util não seja uma obrigação! E sim, um presente dado a si mesmo. Um abraço

Vilma disse...

Eu li esse livro. O título despertou-me a atenção pela mesma razão de que não achei coerente usar a expressão "pessoas boas". Mas quando li o prefácio, desejei ler e foi muito bom...até coloquei algo no meu blogue sobre ele também.
Ainda bem que o traduziste ... que bom saber que foste tu. Como o mundo é pequeno mesmo! :))

O Tempo Passa disse...

Vilma, foi justamente teu post e um coment do Lou pra mim que fez surgir esta história, viu?
Ah, e não fui o tradutor, não. Apenas aconselhei a editora a publicá-lo no Brasil. Só.

Dona Sra. Urtigão disse...

\ah! isso é coisa de pessoa importante!