terça-feira, junho 19, 2007

74- PERIQUITO

Uma das muitas viagens que fiz nas férias com meus pais foi para Paraty. Fomos de “fusca”, em 5 – pai, mãe, irmã, primo e eu – pela estrada que vai da Via Dutra ao litoral. Parte desta estrada ainda guardava vestígios da época imperial, pois foi primeiro construída por D. Pedro I, monarca brasileiro na primeira metade do século XIX: estreita, tortuosa e linda!
Na volta, depois de ensolarados e espetaculares dias à beira-mar, paramos na serra para descansar e encontramos um morador da região, que trazia um par de periquitos jovens para vender. Depois de muita negociação, compramos ambos.
Nossa casa, em pleno centro de São Paulo, tinha um bom quintal com um abacateiro que tornou-se o poleiro preferido das aves. Nesta árvore, os periquitos ofereciam prova de serem animais gregários: toda vez que bandos que periquitos sobrevoavam a casa - algo bastante comum naquela época (não sei se ainda existem) – nossos bichinhos ficavam excitadíssimos, gritando sem parar enquanto subiam o abacateiro até o galho mais alto. E lá ficavam, chamando o bando até que este sumia nos céus.
O triste aconteceu quando fomos viajar por alguns dias. Deixamos os dois periquitos num dos cômodos da casa, com comida e água. Ao voltarmos, eles estavam mortos. Por alguma razão que me escapa à lembrança, uma bicicleta estava no mesmo cômodo da casa e eles enroscaram as cordinhas que tínhamos amarrado em seus pés para que não voassem pela casa. Ficaram presos à bicicleta, sem comida e sem água... e morreram à míngua!!!
Se ao menos tivesse tirado a porcaria da bike de lá! A culpa me corroeu por um bom tempo. Sei lá, talvez ainda me corroa... toda vez que um periquito voa grasnando sobre mim!

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