terça-feira, setembro 05, 2006

40- ROUBADO!!!

É difícil imaginar sensação pior do que a de ter sido roubado. Mesmo com o alívio de não ter se encontrado frente a frente com o bandido, livrando-se assim de uma possível agressão física e até a morte, a sensação de violência e invasão de privacidade é das piores possíveis. E eu já tive esse sentimento mais de uma vez...

Uma delas foi quando adolescente. Morava em Sampa, numa casa térrea, confortável, mas nada “chic”. Viajamos por alguns dias e ao voltarmos haviam invadido a casa, arrombando a janela. Além do furto, mexeram na cozinha, espalharam comida pela mesa e chão da sala, uma sujeira intencional e maldosa. Moleque ainda, passei alguns dias a imaginar os terríveis e variados sofrimentos a que submeteria os ladrões, quando os pegasse...

Muitos anos depois já em Sorocaba, casado e com filhos, saí do trabalho, perto das 5 horas da tarde, peguei meus filhos na escolinha e levei-os pra casa. A empregada havia saído por volta das 4, portanto a casa ficou fechada por pouco mais de uma hora. Entramos em casa, pela sala, e havia algo estranho. Em segundos percebemos que o vídeo cassete não estava junto à TV, e, olhando pelo corredor, vimos aberta a porta da cozinha, que dava para o quintal. Era uma porta de ferro e vidro, que havia sido entortada, provavelmente com pé-de-cabra, para a invasão. Num canto do quintal, muito, muito assustada, estava nossa cadela preta, viva, mas com certeza agredida, tal era o terror nos seus olhos. Voltei para o interior da casa e subi para os quartos, agora já temendo encontrar alguém. No quarto, sobre a cama, a gaveta de objetos da minha esposa estava toda revirada, faltando as poucas peças de jóia que tínhamos, algumas de grande valor sentimental. Mas não havia ninguém mais.

Chamamos a polícia, que veio, fez o B. O. e nos advertiu para o fato de que algumas residências naquele bairro haviam sido furtadas recentemente. Nunca recuperamos o que nos foi tirado. Eventualmente compramos o que podia ser comprado, menos os objetos de estimação. Apesar de nada de mal ter-nos acontecido, foi impossível impedir, por muitos dias, uma profunda sensação de agressão, impotência, raiva e medo.

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