quinta-feira, fevereiro 22, 2007

64- INVASÃO DE PRIVACIDADE

Logo que me foi possível, adquiri um telefone celular. Era um tijolão que mal permitia a conversa, caro e com uma pesada bateria que não durava nada, obrigando o uso de bateria de reserva. Mas achei que devia me incluir na nova tecnologia, como tinha feito com o microcomputador. Assim, fui me acostumando a usar o aparelho. Hoje, cada membro da família tem o seu.

Um dia, recebi uma chamada. Ao atender, a pessoa se identificou como “André, do departamento de atendimento ao cliente da Vivo” e começou com uma conversa mole que me levou a desconfiar que ele não fosse quem dizia ser. Recusei-me a conversar com ele e desliguei. Ao olhar a chamada recebida para identificar o número, vi que não era possível, pois no meu visor aparecia “número restrito”. Liguei para a Vivo, comunicando o fato e fui informado que a empresa não usava “número restrito” para falar com seus clientes. Ah, então, o “André” era falso mesmo!

Algum tempo depois, o mesmo “André” me liga novamente. Alertado por ver que a chamada era de “número restrito”, acusei o fulano de criminoso, disse que ia denunciá-lo para a Vivo, xinguei-o um monte e desliguei. Falei em seguida com a Vivo, denunciando nova tentativa criminosa.

Passaram-se alguns minutos e recebi, no telefone fixo em casa, uma chamada de uma paciente da Elaine (ela é médica), dizendo que não conseguia ligar pra ela. Tentei também, e não consegui. Liguei logo para a Vivo e fui avisado que alguém em meu nome havia ligado para eles, um tal de “André” e havia solicitado o bloqueio de todas as linhas, em razão de roubo!!! Só consegui desbloquear as linhas depois de duas horas conversando com os atendentes da Vivo. O safado havia se vingado do fato de não ter me enganado, fazendo-se passar por meu funcionário, fornecendo todos os dados solicitados pela Vivo, e pedindo o bloqueio das linhas.

Depois desse fato, a Vivo me orientou a manter uma “senha de acesso” para evitar que elementos não autorizados falassem em meu nome com a empresa.

Poucas vezes me senti tão injuriado. E, ao mesmo tempo tão impotente, pois simplesmente não podia fazer nada, a não ser lamentar. Pra desabafo, escrevi um longo e-mail explicando o acontecido e enviei aos amigos e jornais. Quase desisti de ter celular... “Haja !!!”

2 comentários:

Lou H. Mello disse...

Fora os caras ligando para dizer que sequestraram nossos filhos, etc... Mas a culpa é nossa, afinal não colocamos a senha. Uma peça que assisti (nos tempos da ditadura) tinha uma sena onde o general perguntava a senha para o soldado (que ele conhecia há tempos), como o incauto não sabia responder o general cravou-lhe fogo. Antes de morrer ainda teve tempo de dizer: Que p... sacanagem!

Alex Liki disse...

...todo dia eu olho a primeira página do jornal e tenho vontade de gritar.......acho que cansei da nossa conhecida "malandragem" brasileira. É impressionante a nossa capacidade para invetar maneiras de prejudicar o próximo....