terça-feira, agosto 15, 2006

38- AMIGO É PRA ESSAS COISAS

Na faculdade é inevitável a formação de pequenos grupos de alunos (as inevitáveis “panelinhas”), que por empatia se unem nas diversas atividades e situações da vida universitária.
Eu não era diferente. Tinha a minha, amigos com os quais fazia os trabalhos e pesquisas, estudos para provas, companhia nas excursões curriculares - que algumas vezes duravam vários dias.
Numa dessas viagens, conversávamos no ônibus da escola e o assunto voltou-se para nossos problemas pessoais. Discutíamos o que, como e porque o colega devia se comportar e o colega não concordou com minha opinião. Meus argumentos eram sólidos, o que perturbou o colega a ponto de ficar bravo comigo e estourar dizendo: “A vida é minha, faço o que quiser. Você não se meta na minha vida, ninguém te deu o direito de interferir”. Eu retruquei na hora: “Tenho todo o direito de me meter na sua vida, sim. Sou seu amigo e por isso não só tenho o direito como até a obrigação”.
Fui pra minha poltrona. Passaram-se alguns minutos e meu amigo apareceu no corredor. Meio “desemxabido”, sentou-se no braço da poltrona e disse: “Você tá certo, cara. Se meus amigos não tiverem a liberdade de me dizer o que acham que seja o melhor pra mim, mesmo que eu não goste, quem dirá?” E voltou para seu lugar.
O assunto morreu ali. Logo depois estávamos ocupados com qualquer outra coisa, nem me lembro o quê. Não mencionamos mais o incidente. Mas eu nunca me esqueci. Creio que o conceito ainda é válido hoje, eu acho.

2 comentários:

Lou H. Mello disse...

Você falou, falou, mas, não disse quais são as coisas para as quais servem o amigos. Se a intromissão é parte, então, ela não é o problema. Mas, o objeto da discussão da qual você nos privou. Conta ai, vai.

Hernan disse...

Não lembro quem é que dizia alguma coisa como: "Se você não tem amigos que te corrijam, então paga um inimigo para o fazer"

Amigo é pra essas coisas...