terça-feira, julho 10, 2007

77- MIKE

Mike chegou em casa junto com o irmãozinho gêmeo – dois gatinhos de poucos dias de idade, largados em frente ao portão de casa. O irmãozinho não resistiu à primeira noite, mesmo tendo sido alimentado com conta gotas e protegido numa caixa de papelão com panos macios. Mike, resistiu, mas não parecia que duraria muito – magérrimo, com raros pelos no rabinho, mais parecia um filhote de rato, de tão feio – e tratamos dele só por desencargo de consciência. Miava sem parar, 24 horas/dia, a tal ponto que tivemos que prendê-lo no banheirinho da lavanderia, pois ninguém aguentava ouvir seus miados depois de alguns dias. Aguentou, sobreviveu, mas ficou pouco afônico, praticamente não miava. Feio demais, barrigudo, com rabo de rato, cabeção e perninhas finas, andava balançandinho atrás da gente quando saíamos no quintal. Recebeu o nome Mike, na realidade, abreviatura do nome completo: Mai-qui-coisa-feia
Cresceu e ficou um gatão bonito, forte, carinhoso e inteligente. Atendia meu assobio; gostava de caminhar ao lado da gente como cão adestrado; bebia água na torneira da pia do banheiro; e era amigo dos meus cães.
Uma manhã recebi a notícia que ele havia sido encontrado morto no gramado do vizinho. O jardineiro tratou de enterrá-lo e eu nem quis ver porque disseram que ele estava inchado como que envenenado. As pessoas sentiram sua morte. Era benquisto por todos.
Já tive muitos animais de estimação: cães, gatos, pintinhos, coelhos, ratinhos, hamsters, pássaros, peixes e tartarugas. O Mike era especial. Vai sempre ser lembrado com saudade...

3 comentários:

Vilma disse...

É .. alguns marcam muito!
Tive uma também assim... uma história muito parecida.

Anônimo disse...

O Boldrim contou a história de um cão herói, muito triste. Fiquei com vontade de transformar em post, mas a danada é tão triste que não tive coragem, ainda. Aí vem você com a história do Mike. Parece que os animais, especialmente os de estimação, estão nesse mundo para servir de esponja para a imbecilidade do ser humano, o grande vilão.

Alex Liki disse...

Tenho muitas saudades de uma cachorrinha que tive. Ela sempre estava presente quando eu precisava. Todo dia quando chego em casa ainda faço um afago num bichino de pelúcia que era dela e ficava, e ainda fica, ao lado do criado mudo.